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Seleção brasileira: o que deu errado em 2006?

Em 2006, a seleção brasileira apresentava-se de tal forma para a copa que muitos afirmavam que seria, ela, a campeã e que os vicecampeões seriam, se possível, a “seleção reserva” do Brasil. Na ocasião, de fato, o Brasil contava com os 2 melhores zagueiros, os dois melhores laterais, o melhor goleiro, o melhor meio campista (por sinal, sendo eleito pela 2ª vez consecutiva o melhor jogador do planeta) e o melhor atacante. Além desses, os outros jogadores de nossa seleção estavam entre os melhores do mundo. A seleção ainda apresentava, no papel, uma escalação similar a que ganhou a copa de 2002, porém, diferenciava-se na movimentação. Contudo, a seleção não conseguiu se consagrar campeã, sendo eliminada nas quartas-de-finais. 

No jogo que eliminou o Brasil da copa, a vitória foi da seleção francesa, que apresentava-se com uma formação tática semelhante a da seleção brasileira: goleiro (Dida / Barthes), zagueiros (Juan e Lúcio / Gallas e Thuram), laterais (Roberto Carlos e Cafu / Abdal e Sagnol), volantes (Gilberto Silva e Zé Roberto / Makelele  e Viera), meias (Ronaldinho e Juninho / Zidane e Ribéry) e atacante (Ronaldo / Henry). O Brasil, em sua escalação, apresentava uma certa “vantagem” para o jogo. Na ocasião, chegou-se até a cogitar se aquele confronto seria uma revanche do confronto entre Brasil e França na copa de 98 (em 98 os europeus venceram o confronto por 3 x 0), acreditando-se, é claro, em vitória canarinha. Veja a lista dos jogadores que iniciaram a partida em campo:
                                                      FRANÇA                                    BRASIL
                                                      16- Barthes                                 1-  Dida
                                                        3-   Abdal                                   6- Roberto Carlos
  5-   Gallas                                  4- Juan
15- Thuram                                  3- Lúcio
19- Sagnol                                   2- Cafu
  7-   Malouda                            10- Ronaldinho Gaúcho
  6-   Makelele                           11-  Zé Roberto
10- Zidane                                  8-   Kaka
  4-   Vieira                                17- Gilberto Silva
22- Ribéry                                 19- Juninho
12- Henry                                    9- Ronaldo Fenômeno

Diferenciando-se de 2002, a seleção brasileira apresentava uma forma de correr em campo diferente, menos alternativa. No esquema, havia um goleiro, 2 zagueiros e um volante tão recuado que facilmente se encaixaria na linha da zaga, porém este, assim como os zagueiros não “subiam” ou “desciam” tanto, eram mais estáticos. Os laterais se encontravam posicionados mais a frente, próximos a linha na metade do campo. Estes, por sua vez, não precisavam se preocupar tanto com a marcação*, sua função era mais para apoiar o ataque. O meio campo era formado pelo 2° volante e 2 meio campistas, cujo da esquerda (Kaka) servia como um apoio extra às jogadas em velocidade que deveriam chegar ao ataque e o da direita (Juninho) “funcionava” mais como um meia central, que apoiava o meio campo com seua qualidade técnica e troca de passes. Mais a frente, porém ainda no meio campo, encontrava-se Ronaldinho, localizado com um declive a esquerda do campo, congestionando o lado de Roberto Carlos e Kaka, servindo de elo entre eles e Ronaldo. Em compensação, a direita do gramado ficava mais livre, permitindo a saída de bola com passes mais longos, ocasionando, muitas vezes, a inversão do jogo para o lado esquerdo do campo. Ronaldo movia-se puramente como um centro-avante, preocupado sempre em ficar próximo ou dentro da área.
 
Essa falta de carência da marcação por parte dos laterais era suprida em 2002 pelo apoio dos 2 volantes, pela eficiência na troca de posições com agilidade e pela marcação do resto da equipe. Em 2006 isto gerou uma polêmica com o lateral Roberto Carlos e este acabou se aposentando da seleção. Na penúltima copa do mundo, a seleção canarinho não trocava suas posições tão eficientemente e permanecia mais estática em campo, sem alterar posições e tocando a bola para que o próximo desse sequencia ao lance, quando já não estivesse mais em seu campo de atuação. Ronaldo cumpria com mais clareza a função de atacante de área, permanecendo adjacente a ela e Ronaldinho era um “peso-morto” na hora de marcar. Esse conjunto de fatores, e possivelmente alguns outros, afetaram o desempenho de marcação da seleção que, após uma cobrança de falta de Zidane, viu Henry passar Roberto Carlos (que encontrava-se ajustando seu meião) e marcar o gol. Roberto Carlos não acompanhou Henry nessa jogada e foi puramente reprimido pela torcida brasileira. No entanto, devo ressaltar que seu posicionamento em campo fazia parte de uma jogada para ligar o contra ataque e que o mesmo não tinha a responsabilidade na marcação. O gol de Henry ou foi um acaso ou uma falha na formação tática, não um erro do lateral esquerdo.

Contudo, a copa não foi uma perda total para o Brasil. O torneio realizado na Alemanha marcou ao menos 2 feitos importantes: 1- Ronaldo Fenômeno se consagrou o maior artilheiro em copas do mundo com um acumulo de 15 gols assinalados; 2- A estreia de Lionel Messi nas copas do mundo. Messi é o 1° jogador a ser eleito melhor do mundo pela FIFA por 3 vezes consecutivas e é o favorito ao premio nesta temporada atual (2011-2012), é o maior artilheiro da história do Barcelona, entre  tantas outras conquistas do jovem craque argentino.


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