Vaga garantida

Com facilidade o Corinthians bateu o Nacional-PAR pelo placar de 3 a 1, na Ciudad Del Este (fronteira do Brasil com o Paraguai), no estádio 3 de Febrero,  e carimbou a passagem para as oitavas de final da Taça Libertadores da América.

 O Timão necessitava apenas de um empate para confirmar a vaga na próxima fase da competição, mas jogando “em casa” (apesar de a partida ter sido disputada no Paraguai, a torcida alvinegra era maioria nas arquibancadas) garantir só um ponto contra a limitada equipe do Nacional estava fora dos planos.

Jorge Henrique, voltando de lesão, foi um dos destaques da partida e abriu o placar aos 29 minutos da etapa inicial. Emerson Sheik despertou na segunda etapa e foi fundamental para a vitória e, aos 6 minutos deixou sua marca. Os paraguaios diminuíram aos 24, com um gol a lá futebol de areia de Peralta. Caía aí os 409 minutos que o Timão passou sem tomar gols na Libertadores. Logo em seguida, sem dar oportunidade de reação para a equipe da casa, Elton ampliou.

Dono da quarta melhor campanha até o momento (atrás apenas de Velez, Fluminense e Atlético Nacional) e da melhor defesa da competição (2 gols sofridos em 5 jogos), o Corinthians lidera o grupo 6 com 11 pontos, tendo atrás, com 3 pontos a menos, o Cruz Azul-MÉX.

 A última rodada será na próxima quarta-feira, o Timão recebe o Deportivo Táchira, último colocado, às 22h, no estádio do Pacaembu e necessita apenas de um empate para ficar com a primeira colocação. O Nacional, já eliminado, vai até o México para enfrentar o Cruz Azul.

CURIOSIDADE

O Nacional não é um clube acostumado a lotar os estádios, por isso vendeu seus mandos de campo para uma empresa que, com o objetivo de obter lucro com os jogos, modificou os locais das partidas visando atrair o maior número de torcedores possíveis. Para o jogo contra o Corinthians foi escolhida a Ciudad Del Este, fronteira entre o Paraguai e o Brasil. Esse o motivo da presença de tantos corintianos no estádio 3 de Febrero. O lucro pode até ter agradado os dirigentes do clube, porém a pequena torcida não deve ter ficado satisfeita com a campanha, 2 derrotas e apenas 1 vitória.

O JOGO

Desde o início da partida, o Corinthians mostrava que não havia entrado em campo para empatar. E saiu em busca do resultado. O que abriu alguns espaços em seu sistema defensivo, principalmente pelo lado esquerdo, nas costas do lateral Fábio Santos. Aos 3’ o primeiro lance de perigo, Liédson,  que não vive um bom momento no ano, mas que tem total confiança do técnico Tite e da fiel torcida, resolveu se encher de confiança também e, percebendo o goleiro Don adiantado, arriscou um chute do meio de campo, assustando a torcida paraguaia.

Aos 5’, foi a vez do Nacional levar perigo e, após cruzamento para a entrada da área, Rodrigo cabeceou mandando a bola para fora, assustando a torcida alvinegra. Os jogadores do Timão envolviam bem a equipe do Nacional com uma boa troca de passes, mas sem muita objetividade e, aos 10’, após um vacilo de Jorge Henrique, recuando muito mal a bola para a zaga, Orué invadiu a área e chutou para o gol, a bola desviou em Castán e por pouco não enganou o goleiro Júlio César que fez uma grande defesa, colocando a bola para escanteio.

O jogo seguia com o Corinthians buscando o gol, mas esbarrando na forte marcação do time paraguaio que, por muitas vezes, chegava a ser desleal. Já o Nacional, buscava algum vacilo dos brasileiros para tentar chegar ao gol, já que não conseguia armar boas jogadas.

Aos 20’ o gol já vinha amadurecendo e, depois de um cruzamento de Jorge Henrique, Liédson não conseguiu finalizar, a bola acabou voltando para Jorge que levantou para Danilo finalizar em cima do goleiro Don. Pressão do Timão!

O GUERREIRO DA FIEL

Não é a toa que o baixinho Jorge Henrique desde que chegou está nos braços fiel torcida. O atacante cumpre uma função tática fundamental na equipe, ajudando tanto no ataque quanto na defesa. E os 29’, Danilo fez um bom passe para Jorge Henrique que bateu rasteiro da entrada da área, o goleiro Don aceitou e a bola foi no cantinho, 1 a 0.

Dez minutos depois a equipe do Nacional assustou em uma cobrança de falta de Miranda que pegou o goleiro Júlio César adiantado e acertou o travessão. Quase o empate dos donos da casa. Um minuto depois, também em cobrança de falta, foi à vez de o Timão acertar a trave com Emerson Sheik em posição irregular.

No segundo tempo, para os que pensaram que a equipe do técnico Tite iria se acomodar e passar a administrar o placar cometeram um engano. O Corinthians entrou com muito ‘gás’ e passou a usar a velocidade como arma contra a lenta defesa do Nacional.

O DESPERTAR DA FERA

Outro destaque na partida e que está nas graças da fiel é o atacante Emerson Sheik. Apesar das polêmicas fora de campo, o jogador não deixa nada interferir em suas atuações pelo Corinthians e mostra muita qualidade técnica e raça, característica que é muito prestigiada pelos torcedores do Timão. E logo aos 6 minutos da segunda etapa, depois de uma tabela com Danilo, Edenílson fez fila na zaga paraguaia e a bola sobrou para Emerson, que driblou o goleiro Don e mandou para o fundo das redes, 2 a 0 Timão.

Aos 13’ quase o gol do Nacional. Mazacotte recebeu, driblou Castán e bateu forte para mais uma grande defesa do goleiro Júlio César.  O Nacional esboçava uma reação, uma tentativa de pressionar a equipe brasileira, porém esbarrava na boa marcação feita pelos defensores corintianos.

Aos 24’, em um contra ataque rápido, Torales ficou frente a frente com Julio César e finalizou, o goleiro praticou uma brilhante defesa mas, na sobra, Peralta acertou uma ‘meia-bicicleta’, fazendo um belo gol.

PRESSÃO PARAGUAIA? QUE NADA...

A dúvida seria se o Corinthians recuaria e o Nacional viria pra cima com tudo, em busca do empate. Dúvida que no minuto seguinte ao gol dos paraguaios foi tirada. Jorge Henrique buscou um lançamento para Paulinho, a bola acabou passando pelo volante e parecia que ficaria de graça com o goleiro Don, porém com muito esforço Emerson dividiu com o goleiro e a bola sobrou para Elton, que havia entrado a pouco tempo no lugar de Liédson, mandar para o gol vazio, 3 a 1.

Após ter ampliado o placar, o Corinthians passou a administrar o resultado já que o abatido Nacional não ameaçava. Só chegou a assustar no finzinho da partida com Bogado, que após um rebote da zaga, tentou finalizar mandando a bola à direita do gol de Julio César.