Para além da "Escola Barcelona"
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Uma ótica diferente
*Esta postagem é nada mais que a minha continuação da "Escola Barcelona" publicada anteriormente por Chiquinho.
É notável observar nos últimos anos a exaltação e os berros descomedidos sobre o futebol do time catalão, os amantes do futebol que o digam - a máquina invencível ou como queiram chamar, o rolo-compressor do futebol contemporâneo, saltando os olhos daqueles que amam esse esporte.
Recentemente o polêmico Andrés Sanches, em entrevista ao Mesa Redonda, explanou: “Isso aí de que o Barcelona tem uma escola de futebol, que todo mundo joga igual, é tudo balela. É fase. O que eles ganhavam cinco, seis anos atrás? Nada. E o que vão ganhar daqui cinco, seis anos? Nada, porque Xavi, Iniesta, Messi e tudo mais vão parar de jogar." Para muitos, tal falação ganha um caráter pejorativo, porém Andrés não comete um grande equívoco.
Avaliaremos então o desempenho da equipe catalã nos últimos jogos:
FC Barcelona 7 - 1 Bayer Leverkusen
Racing de Santander 0 - 2 FC Barcelona
Sevilla 0 - 2 FC Barcelona
FC Barcelona 5 - 3 Granada C.F
Mallorca 0 - 2 FC Barcelona
Milan 0 - 0 FC Barcelona
FC Barcelona 2 - 0 Athletic Club
FC Barcelona 3 - 1 Milan
Zaragoza 1 - 4 FC Barcelona
FC Barcelona 4 - 0 Getafe
Pelo menos nos últimos 10 jogos a equipe espanhola continua invicta, sobretudo com sobras.
Levando em conta o panorama brasileiro pode-se dizer que o Barcelona estimula a reflexão crítica sobre o nosso futebol? Sim, ao ponto de nos fazer acreditar que o futebol daqui está fadado à mediocridade, um pensamento bobo e não obstante da unidimensionalidade ao próprio território, tendo em vista o Campeonato Brasileiro, que apesar da sua má organização é de longe (ainda) o melhor campeonato a ser visto.
A problemática futebolística
Nos Estados Unidos, o beisebol fez de Babe Ruth um ídolo nacional entre 1920 e 1930. Na Europa, os estádios de futebol abrigavam dezenas de milhares de torcedores, e nos dois lados do Atlântico o boxe movimentava aglomerações. Os grandes campeões tornavam-se famosos e seus nomes eram repetidos com acatamento: entre outros, Jack Dempsey, Gene Tunney, Joe Louis e Max Schmeling. As competições esportivas afastavam-se cada vez mais dos ideais olímpicos, pois havia muito dinheiro envolvido e obviamente interesses comerciais e políticos.
As vozes que encolerizam o futebol intitulado por muitos até como metodologia, também são as vozes dos que parecem não possuir um olhar integral sobre a ‘hipotética’ inserida. O Barcelona, também conhecido como grenás azuis, suprimiu toda a tradicionalidade futebolística, seus meio campistas que são reverenciados pela mídia, até parecem máquinas - máquinas de jogar bola. O fundamental não é mais competir, mas vencer a qualquer custo. O futebol do time catalão desfez a justificativa esportiva da elegância e impertinência transformando-a em eficiência e ao lucro.
Não foi seguramente por acaso que em 1925 o barão Pierre de Coubertin, fundador das olimpíadas na época moderna, afastou-se do comitê internacional que organizava os Jogos Olímpicos.
As comparações são errôneas: Comparar as maiores equipes de futebol do passado com o Barcelona atual é de uma falta de saber a toda a prova, sobretudo de quem não enxerga um palmo na frente do olho. Antes dos grenás azuis, duas seleções revolucionaram o futebol: A seleção do Brasil de 70, conduzida por Pelé, considerada pela imprensa inglesa, a maior da história e o legendário carrossel holandês de Rinus Michels em 74. A Seleção da Holanda era formada pela base do Ajax, maior time europeu da época e tinha como grande maestro, o genial Cruyff.
"Os heróis picarescos" do campo também não existem na era Barcelona: Fulano 'perna-de-pau', ou o zagueiro grandalhão que dá um 'chutão' quando se vê encurralado pelos atacantes adversários, etc..esses tipos de jogadores não existem mais no cenário do "futebol motorneiro".
(Por Lucas Barreto)
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