Resumo do futebol de agosto de
2011 a maio de 2012:
É com a emoção que o futebol nos
proporciona que escrevo esse texto. E é, em especial, para aqueles que, assim
como eu, são apaixonados por este esporte rei. Para lembrar aos que
acompanharam anos gloriosos deste esporte, acostumados a ver “historia” a cada
partida e que já não acreditavam mais que era possível escrever esse conto com
marcas tão importantes em ritmo tão
frenético, que ainda há muito para ser contado. É também para mostrar àqueles
que presenciaram apenas um momento mais breve do futebol que é possível ver
jogadores de nível igual aos da época de seus avós e pais, clubes com
importância histórica e mudanças de rumo. Então, começo:
O período entre agosto do ano
passado e este presente mês é equivalente a temporada 2011-12 do futebol europeu.
Talvez seja essa a temporada mais importante e/ou marcante dos últimos 10 anos.
10 anos... duração de tempo que, na Itália, Andrea Pirlo, campeão do mundo pela
seleção, em 2006, e pelo Milan, em 2007, passou no clube rossonero, antes de se
transferir, na temporada passada, ainda aplaudido por seus anos gloriosos na
equipe do san siro, para um de seus maiores rivais, a Juventus. Um ano antes da
chegada de Pirlo e um ano após sua saída (12 anos) foi o tempo que marcou a
passagem do igualmente campeão mundial Gennaro Gattuso pela equipe de Milão.
Agora, ao final desta temporada, o volante se despede seguido ainda de mais 2 ídolos
gigantescos para esta equipe: Alessandro Nesta e Pippo Inzaghi. Dou destaque
especial para o camisa 9, além de ser um dos maiores goleadores na história dos
campeonatos europeus, ele é o maior goleador pelo clube presidido por Berlusconi
presente no atual elenco. Sua despedida do clube, ainda marcando o gol da
virada de sua equipe em seu ultimo jogo, marcou uma emocionante despedida para
com os torcedores e, meio que sem querer, porém inerente a ele, acabou
ofuscando, em seu gigantismo, a grandeza dos outros. Em um patamar um pouco
menor, mas ainda sim enorme, despediu-se também deste clube Clarence Seedorf e
o recém-chegado Mark van Bommel. Contudo, é provável que mais um enorme se despeça
desta família (família sim, pelo tempo que o elenco permaneceu jogando junto):
Gianluca Zambrotta. Ainda na Itália, quebrando um tabu de nove anos, vimos a
Juventus ser campeã italiana sem perder nenhum de seus jogos, em um ano que não
disputou os campeonatos europeus e foi eliminada nos pênaltis após sua única derrota
na temporada para o Milan, seu principal adversário na conquista deste ultimo
scudetto. A outra gigante de Milão, a Internazionale, teve uma temporada de
altos e baixos e não consegui manter o nível de seu futebol apresentado nos últimos
anos, talvez por conta de sua demasiada troca de técnicos... e ainda não parece
ter encontrado um definitivo.
Em um país pudemos notar a “briga”,
resumida “apenas” ao esporte, de uma cidade. Sem depravação por conta de
torcidas rivais, sem a presença dos hooligans, foi possível desfrutar na Inglaterra
um delicioso campeonato de 2. Isolados na liderança, os Manchesters duelaram
pela barclays premier league do inicio do campeonato até o ultimo domingo,
quando o Manchester City encerrou um jejum quase infindável, que relutava em
ser quebrado desde que o clube regressou da “serie b” para a principal competição
do futebol inglês, novamente, sagrando-se mais uma vez campeão. O jogo foi,
possivelmente a melhor partida desta ultima temporada. Contra o menos
expressivo QPR, os citizens tiveram momentos de altos e baixos durante a
partida até um eletrizante 2x2 que ultrapassou os 90 minutos da partida e, sob
condições de força, raça, habilidade e sobretudo, efusão da torcida, aos 93:20
de uma partida que se findaria aos 95min, Kun Aguero fez valer o preço de sua
cntratação e deu a vitória conquistadora do titulo ao clube azul de Manchester.
Na Espanha o duelo entre Real Madrid
e Barcelona apresentou um novo ganhador: o clube de Madrid. Acima disto, o
clube comandado por José Mourinho conquistou “La Liga” e quebrou o recorde de
gols e de pontos. Em sua reta final, o confronto ficou resumido a Messi x
Ronaldo, uma vez que seus clubes já estavam estáticos em suas posições. Messi,
aparentemente vitorioso, consagrado, acima da grandeza de seus feitos, pela
mídia, que insiste em diminuir a grandeza do craque português para elevar ainda
mais o gigantismo de Messi. Nos números, é difícil dizer que Cristiano foi
derrotado pois, ele conseguiu ser o primeiro jogador a marcar mais de 50 gols
em 2 edições seguidas em um dos principais campeonatos nacionais de algum pais
europeu. Ele possui a maior média de gols assinalados por jogo disputados dos
atletas ainda em atividade e possui quase tantos gols assinalados em sua
carreira quanto seu rival argentino, que atingiu a meta de maior artilheiro da
historia do Barcelona, na época, com “apenas” 237 gols. Feito nem tão
grandioso, considerando os outros grandes artilheiros europeus, mas gigantesco,
quando consideramos o temo que “el pulga” precisou para atingir essa meta. Os 2
são, indubitavelmente, os 2 melhores jogadores em atuação. Ainda sob tom de
forte emoção, nesta reta final, a equipe catalã teve de se despedir de seu técnico
mais vitorioso, Pep Guardiola. Sem renovar seu contrato, anunciando sua saída,
seu assistente será seu substituto no cargo. Apesar do novo comandante
azul-grená afirmar que pretende manter a filosofia implementada por Cruyff mas,
consagrada por Pep, é impossível negar que o maior, até então se foi, e o rumo
do Barça é mais incerto.
Não que as outras ligas europeias
sejam menos importante, ou que não tenha ocorrido nada para se comentar, mas as
situações da Itália, Iglaterra e Espanha exigem, pelo menos para este momento, um pouco
mais de seletividade.
Por fim, gostaria apenas de lembrar que no futebol não há inimigos, apenas rivais. A violência não deve ser excitada nunca neste esporte e não é preciso desmerecer um para enaltecer outro. Que fique sempre na mente das pessoas que o futebol é alegria, euforia e cumplicidade, portanto deve ser lembrado como tal. Em 2010 istoficou cravado nas bolas da copa: jabulani (alegria, euforia) e jo'bulani (festa da alegria) {esta última foi utilizada apenas na final da competição}.
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