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Centenário da bagunça

É de conhecimento de todos que o CSA não vive uma boa fase há mais de 10 anos. As diretorias que têm passado pelo comando do time do Mutange não conseguiram melhorar em nada o estrago feito por outras diretorias. E sempre que assumem o poder azulino, quando a casa cai, culpam os comandantes de outrora. A sofrida torcida - porém fiel - do CSA não aguenta mais tanta bagunça no comando de um time profissional de futebol. Isso mesmo, profissional. O que cansamos de ver no CSA é amadorismo. São tantas coisas bizarras que acontecem com o time que chega a ser desnecessário relembrar neste texto.

No ano do centenário, todo torcedor quer ver o seu time sagrar-se campeão, conseguir um acesso, enfim, ter algo de produtivo durante o ano. Mas no CSA tudo é difícil, complicado e praticamente impossível. No CSA, fazer 2 + 2 virarem 4 é uma coisa de outro mundo. Diretorias se formam e entram em conflito com Conselho Deliberativo, que na maioria das vezes se coloca como oposição e, ao invés de ajudar e auxiliar o CSA a ter sucesso nas suas empreitadas, não, agem num cenário de guerra política nos bastidores. O torcedor do CSA sabe disso, eu sei, todos sabem.


Quando finalmente se monta uma diretoria e um time, é incrível como o CSA domina a arte de desperdiçar a pré-temporada. É mais incrível ainda como as diretorias do CSA, quando conseguem montar um time arrumado, se desfazem dele para disputar outras competições.

Tiremos como exemplo o ano de 2013. A pré-temporada feita com o treinador Lorival Santos de nada adiantou. Num fraquíssimo primeiro turno do Campeonato Alagoano, onde CRB e ASA não participaram, o CSA conseguiu a façanha de não ser campeão. Com adversários como CEO, Comercial, União e Corinthians-AL, com todo respeito a esses clubes, mas é um absurdo o CSA não conseguir conquistar um campeonato com estes concorrentes. Lembrando que a folha salarial de alguns destes clubes não chegam nem na metade do orçamento azulino.

Após o fracasso no primeiro turno, a pressão da torcida caiu nos ombros da diretoria, que fez até algumas boas contratações. "Agora vai!". Time engrenou, não jogou o fino da bola, mas conseguiu um vice-campeonato, vaga na Copa do Brasil e Copa do Nordeste do ano que vem. Esperava-se que o time fosse mantido. Doce ilusão. Novelas e mais novelas para se conseguir duas ou três renovações. Contratações extremamente equivocadas. Os responsáveis pela cúpula de futebol do Azulão deram uma verdadeira aula de como não se fazer futebol. Um trabalho amador, digno de piada.

Como um time de futebol profissional tem aproximadamente 30 dias para organizar a casa e não consegue fazer absolutamente nada? São tantas as bizarrices cometidas, que eu só vou citar um exemplo. O atacante Vavá, que estava há tempos parado, sem jogar uma partida profissional, é contratado, treina no time titular, mas não tem sua regularização confirmada, quando finalmente é regularizado - aos '45' do 2º tempo' - , vai para o jogo, obviamente não consegue ajudar o time e, um dia depois, é dispensado, junto a pelo menos mais da metade do elenco.

Cara, como podemos levar isso a sério? Como podemos comentar futebol, quando na realidade estamos tratando praticamente de uma várzea? O CSA agora vai disputar a Série D com praticamente todo o time das categorias de base. Só não é rebaixado porque não existe uma 'Série E'. O tão esperado centenário vai indo por água abaixo, distante, muito distante do que o torcedor esperava.

E mais uma vez, mais um ano vai-se embora e o CSA continua no buraco. A atual diretoria deve sair em outubro, quando outra diretoria deve assumir o comando. Continuemos aguardando dias melhores, na esperança de que Conselho Deliberativo e a próxima diretoria andem de mãos dadas, tratando clube e torcedor com profissionalismo. Não vale nem a pena bater na tecla do que deve ser mudado, pois isso, todos já sabem. Enquanto as eleições não chegam, vamos ver o que a garotada do Azulão tem a mostrar nesse restinho de Série D. Afinal, nada mais justo que começar a mudar olhando para o que é 'nosso': as pratas da casa. 

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Saldo positivo

(Foto: Alexandre Durão / globoesporte.com)
"Nunca subestime o poder da Seleção Brasileira". Ouvi muito essa frase ao longo da semana e percebi que muitos não entendiam minhas críticas. Jamais critiquei a Seleção Brasileira como equipe, mas sim a forma de jogar. Não queria espetáculo, que é bem subjetivo. Queria apenas que jogassem bola, sem medo, no melhor estilo brasileiro. Se tratando de Brasil, o espetáculo se torna consequência do mais simples 'bom futebol'.

Se critico é porque sei da capacidade que esses caras tem. Contra a Espanha foi lindo, sensacional, fantástico, enfim. A melhor apresentação do Brasil nos últimos anos. Da defesa ao ataque a apresentação foi perfeita. Passei o jogo inteiro com um sorriso bobo no rosto, parecia não acreditar que, enfim, a Seleção devolvia a alegria aos olhos de seu torcedor. Não pelo resultado, pelo título, mas pela bola que jogaram.

Não podemos dizer que somos os melhores do mundo atualmente. Ou melhor, AINDA não podemos.

O Brasil fez questão de mostrar sua principal diferença das outras seleções. Seleção Brasileira não é só conjunto. Não podemos nos contentar somente com isso. Os outros sim, mas nós jamais. Somos paixão, raça, euforia, craques, torcida, tática, dribles, gols, conjunto, somos simplesmente Brasil, o berço do futebol.

(Foto: Gazeta do Povo)
No domingo o potencial da nossa Seleção veio a tona. Espero que os torcedores não se iludam, não temos o direito de nos conformar com o título da Copa das Confederações, que não passa de uma espécie 'torneio de verão'. O título marcou não o retorno definitivo do futebol brasileiro, isso só o tempo vai dizer. Mas a competição serviu para montar uma base e devolver, tanto para torcedores quanto para a equipe, a confiança.

Confiança que deve ser aproveitada e muito bem trabalhada, com o objetivo de resgatar o prestigio da Seleção e recoloca-la em seu lugar de direito. Vencer a Copa do Mundo pode representar absolutamente nada se o conceito não mudar. Os méritos pela conquista existem, mas são passageiros. A história é maior que o resultado, o Brasil não é conhecido apenas pelas conquistas, mas sim pelo grande futebol que as acompanharam.

Espero que isso fique claro na mente do nosso treinador para que não se repita o processo dos últimos anos, desde o tão famoso quadrado mágico.

O saldo da Copa das Confederações foi positivo. Cinco jogos, cinco vitórias. Apenas na final a Seleção Brasileira mostrou sua verdadeiro potencial. Nas outras partidas foram duros, aproveitando a fragilidade das equipes e dependendo de lapsos de alguns jogadores. Ora, uma ou duas partidas ruins são naturais, acontece. Mas a sequência não era animadora. Contra o Uruguai, nossa pior apresentação. Contra a Espanha, o verdadeiro Brasil.

Os pouco mais de trinta dias que a equipe passou junta foi fundamental. O entrosamento é determinante e faz muita diferença dentro de campo. A base montada, com cerca de 80% do elenco fechado - segundo o Felipão - também deve ser destacado. O que temos de melhor está lá. Lógico que se tratando de Seleção Brasileira sempre vai existir um ou outro atleta que pode vir a compor a equipe.

(Foto: Reuters)
Os erros apresentados foram táticos. Qualidade nós temos, porém alguns jogadores estavam sendo prejudicados pela formação utilizada. O jogo previsível me preocupa, por isso que a movimentação é importante. Na final dava pra sentir o time muito solto dentro de campo, alternando seu estilo de jogo, mesmo sem modificar peças ou a formação tática. Isso é mérito do treinador, que soube enxergar o potencial do adversário e adaptou o Brasil para que a Espanha entrasse no jogo brasileiro e não o contrário. Perfeito. Também é muito bom ver a torcida jogando junto e ganhando a confiança novamente.

(Foto: Reuters)
Ainda é pouco, mas já iniciamos a nova caminhada. E o futebol é que agradece, afinal, o Brasil é onde esse esporte ganha mais brilho e se torna apaixonante. O título não representa nada se o conceito não mudar. Estou confiante, sei que temos uma grande Seleção e um treinador de personalidade. A combinação pode ser perfeita, basta olhar para o futebol com a mente aberta. O levantamento do torneio é positivo, apresentamos erros, mas também evoluímos em alguns aspectos. Especialmente no fator Neymar. 

Com o fim da Copa das Confederações vejo uma Seleção Brasileira mais confiante, da mesma forma que estou muito lúcido de que o trabalho está apenas começando. Começou muito bem, agora é dar continuidade.

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