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Corinthians e a derrota da dialética






















Corinthians vence o Deportivo Táchira e não lembra mais o que é perder: A última derrota da equipe foi ainda este ano, em jogo válido pelo Paulistão - 1 a 0 para o Santos, no dia 4 de março, na Vila Belmiro.

Ocuparemos-nos num olhar para além partida válida pelo grupo 6, o Corinthians goleou o time venezuelano pelo placar de 6 a 0.

UM BREVE OLHAR BENJAMINIANO SOBRE A EQUIPE PAULISTA.

O torcedor corinthiano sempre foi conhecido por ser o "Sofredor", mas nas últimas partidas, principalmente nesse cabeçalho do semestre, o torcedor alvinegro não tem sofrido tanto assim.

Na era Mano Menezes, exclusivamente pelo Campeonato Paulista de 2009, o que se notava era um time que simplesmente não perdia, tanto que foi campeão invicto do torneio. Os torcedores não se viam mais como 'sofredores' Mano não deixou, com Ronaldo e cia o Corinthians do primeiro semestre de 2009 foi campeão pelo Paulistão e Copa do Brasil. Nos anos de 1998 até 2000 a equipe alvinegra foi considerada uma das melhores do Brasil, sendo bicampeã do Brasileirão e Mundial da FIFA, mesmo com a derrota nas semifinais da Taça Libertadores em 2000, o estigma do torcedor 'sofredor' não vingava.

Walter Benjamin em sua crítica sobre a derrota da dialética diz: Por dura que seja, é apenas uma derrota: não é a morte. E as derrotas da dialética podem sempre vir a ser, dialeticamente, aproveitadas pelos dialéticos. A vitória pode engendrar facilmente uma ideologia triunfalista que entorpece o espírito autocrítico e leva o pensamento a se instalar num carro blindado. A derrota, ao contrário, nos desafia a nos revitalizarmos e pode nos dar uma preciosa ocasião para no renovarmos; com a derrota, podemos, "aprender todas as fintas da ascensão e podemos nos banhar na vergonha como no sangue de um dragão".

Todos nós cobiçamos sempre a conquista, é evidente, mas quando ela se torna exorbitante e comum, o ‘bel-prazer’ se torna cada vez menos agradável. O que os torcedores corinthianos esperam é, sobretudo não perderem o espírito "Corinthiano, Maloqueiro e Sofredor, graças a Deus!" espírito imprescindível o qual vem esvaindo-se a cada vitória da equipe paulista.

Já diria Fernando Pessoa: "Toda a vitória é uma grosseria. Os vencedores perdem sempre todas as qualidades de desalento com o presente que os levaram à luta que lhes deu a vitória. Ficam satisfeitos, e insatisfeitos só por poderem estar aquele que se conforma, que não tem a mentalidade do vencedor. Vence só quem nunca consegue."

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