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O Ministério Público adverte: não à festa, sim à incitação

“Penso, logo existo!” Já dizia René Descartes.

Quando nós pensamos em Ministério Público, Polícia Militar, Divisão de Inteligência, é óbvio que esperamos decisões inteligentes, serviço prestado com eficiência, decisões que sejam boas para toda à sociedade. Quando lidamos com quadrilhas, esperamos que as divisões de inteligência das polícias consigam agir de forma antecipada e eficaz. Já quando há um tumulto, num jogo de futebol, por exemplo, esperamos da Polícia Militar uma postura rígida, porém preparada. Mas...

BEM VINDO AO MUNDO MÁGICO DE ALAGOAS
O principal jogo do campeonato é entre os grandes CRB e CSA. Foi o jogo inaugural do Campeonato Alagoano 2012. O “Clássico das Multidões”, de um lado a torcida Regatiana, do outro, a torcida Azulina. Um clássico onde a rivalidade e a festa prevalecem. Lógico que as torcidas (des) organizadas têm as suas rixas inacreditáveis, pois não há como entender o porquê de um ser humano odiar, espancar e matar o outro pelo simples fato de o mesmo torcer por um time rival ou pertencer a torcida tal. Mas, enfim, são banalidades do ser humano que, parece não evoluir, muito pelo contrário, a cada dia que passa, ele parece regredir.

No primeiro clássico, tudo como mandam as ordens: PM com um plano de segurança traçado, as organizadas comprometidas a não fazer baderna, Federação Alagoana de Futebol comprometida em viabilizar horários e acessos. Ou seja, tudo como manda o figurino. Mas todo mundo sabe que teoria não é prática, que o time do papel não é o time do campo. Então há sempre as brigas fora do estádio, as depredações nos ônibus
e contra o patrimônio público, etc.

Cá estamos nós novamente, após todo o campeonato, finalmente chegamos ao clássico do returno. Então o que esperar dos órgãos públicos? Já que tiveram tanto tempo para repensar as atitudes, devido às confusões do primeiro clássico, era de se esperar decisões inteligentes e com extrema antecedência. Pois bem... Não. Não obtivemos decisões com antecedência, e muito menos decisões inteligentes. O Ministério Público acaba de decidir que está proibida a entrada das torcidas (des) organizadas no clássico desse sábado (21/04). E tudo o que possa fazer bem ao espetáculo, ou seja, faixas, bandeiras, uniformes, resumindo: tudo que não faz mal a sociedade.

São nessas horas que eu me pergunto: Mas como uma decisão dessas, às vésperas do clássico, vai evitar qualquer tipo de violência? Muito pelo contrário! Isso só vai incitar ainda mais a violência. Torcedor vai para o estádio para torcer. Marginal vai ao estádio para brigar. É uma equação simples. A polícia tem que estar preparada para evitar confrontos e saber controlar situações, por isso tem o plano de segurança, que é feito com a Polícia Militar, os clubes que jogarão, a federação e as torcidas (des) organizadas.
E cabe ao Ministério Público saber agir junto com a PM e bolar um plano para que esse (des), das torcidas organizadas, suma de uma vez. Que criem um cadastro único das torcidas com os clubes, que usem o dinheiro público para alguma coisa decente e invistam em câmeras de segurança por todo o estádio e fora dele (que é justamente onde acontece a violência), mas não para tirar a beleza do espetáculo.

Esperamos tanto por um clássico bonito, mas nas vésperas do mesmo, somos obrigados a ver o Estado errar, pra variar.

Penso, logo existo.


Ou seria: Não penso, mas existo?

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