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O futebol e os conflitos de classes na perspectiva marxista




Gramsci já dizia "[...] futebol é um reino da liberdade do ser humano expressado livremente." Sim, de fato o futebol é um esporte apoiado e acolhido pelas massas, devido o misticismo estético, o movimento e especialmente a liberdade. Não é de se admirar quando um torneio futebolístico consegue interromper todo o comércio de uma cidade, mutirões de todos os lados se aperreando, trabalhadores e torcedores enchendo os coletivos para chegar o mais rápido em casa, e não perder um minuto sequer da partida tão proclamada.
O nascimento dos esportes em geral, sobretudo o futebol, foi um fator imprescindível no fortalecimento da ideia nacionalista, de tal modo que segundo Hobsbawn "[...] o esporte como uma contemplação de massas foi transformado numa sucessão eterna de vários debates, onde as pessoas brigavam e os times que simbolizavam os estados-nações, o que atualmente faz parte da vida em geral.”

Muito mais do que uma atividade para o lazer, o esporte adquiriu um caráter de representatividade nas distintas nações europeias, empregado com a intenção de provar a superioridade da raça.  
O exemplo mais conhecido foi na utilização nas Olimpíadas de 1936 em Berlim, pelo ditador nazista Adolf Hitler. Desta forma o esporte, adquire  um desempenho único, geralmente em tempos de “paz”, que significa o ideal da conquista, ou seja, da superioridade de um sobre o outro.
Os esportes representavam a unidade desses estados, assim como a competitividade amistosa entre suas nações reforçava o sentimento de que todos pertenciam apenas por uma unidade, pela institucionalização de disputas aceitáveis, que provinham um cano de escape para todas as tensões por parte dos grupos, as quais seriam desperdiçadas de modo mais protegido nas “pseudolutas”.


Aqui no Brasil o futebol foi congregado ao ideal nacional como modelador do ‘caráter’ brasileiro.
Como o Brasil é composto por uma diversidade étnica muito grande buscou-se fortalecer a nação brasileira pelo meio da aproximação dos ideais nacionais e a eugenia, os esportes, cujo maior referencial foi o futebol, conveio a este ideal. 
Em tese, a maior dificuldade para uma explicação marxista sobre o futebol brota da questão sobre a existência de um conflito de classes no que se diz respeito ao próprio esporte.
Não se pode cair no reducionismo cultivando o modelo de estudo que o renomado historiador usou em suas pesquisas sobre o futebol estrangeiro, transpondo-o para o caso do futebol brasileiro.

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