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RACISMO!







Vira e mexe e a mídia, uma vez ou outra, evidencia os casos de racismo que acontecem contra jogadores negros, sobretudo na Europa. Mas, o que pouca gente compreende, é que essa mesma mídia é uma das maiores disseminadoras do racismo no futebol.
Em suas difusões e transmissões, as seleções africanas são sempre classificadas de ingênuas, desatinadas e violentas, quando na verdade o jogo mais violento da história de todas as Copas envolveu duas seleções europeias: Holanda e Portugal, em 2006 na Copa da Alemanha. O jogo acabou com 12 cartões amarelos e 4 vermelhos.


Certa vez, o programa Globo Esporte vinculou uma matéria sobre a vitória de 3 x 1 do Flamengo em jogo contra o Resende. O gol que deu a classificação da equipe Rubro Negra para a semifinal da Taça Guanabara foi marcado pelo jovem atacante Negueba.
A preocupação era mais em mostrar que o jogador havia tirado suas tranças do que falar do seu gol crucial. Nessa mesma matéria o jogador Deivid, também da equipe carioca, disse em tom de ironia mencionando a Negueba que “negro do cabelo duro tem que raspar tudo que nem eu faço (...) é melhor do que passar horas fazendo as tranças”.

Em partida pela Copa Libertadores da América, em 24 de junho de 2009 o atacante gremista Maxi López foi acusado racista contra o meia do Cruzeiro, Edicarlos. Posteriormente, este procurou a delegacia, em Belo Horizonte, registrando uma ocorrência, o que gerou grande tumulto na entrada do ônibus gremista. Foi instaurado o processo e Maxi Lópes pôde responder pela acusação de injúria qualificada e ser denunciado se a acusação de que houve racismo fosse acatada.
Exasperar a negritude em meio a isso, pedida boa não é, ainda mais num país tão racista como o Brasil. Por outro lado, quando jogadores negros como Ronaldinho Gaúcho ou Neymar resolvem acometer suas negritudes alisando os cabelos crespos, para se aproximarem do padrão de beleza estabelecido pela grande mídia, os alardes não acontecem nas mesmas dimensões. 


Ao observarmos a escravidão brasileira, compreendemos a peleja dos negros por seu alvedrio, conquistada na guerra contra um modo de produção escravista inserido de fora para dentro, permanecida na posição contrária a exploração racial, depois a abolição até os dias atuais. A justaposição de eventos históricos visivelmente tão distantes, 1695 (a morte de Zumbi dos Palmares) e a atualidade têm como definição a luta pela liberdade e contra a discriminação, luta por sinal categoricamente atemporal. 


Esta significação abrange todos aqueles que buscam, de verdade, uma sociedade onde a equidade não seja apenas cláusula legal, mas, de fato, uma concretude da história.
Nestas conjecturas, que influenciaram as ciências jurídicas e sociais, as pessoas eram identificadas como se fossem suspeitas ou criminosas pela cor da pele, formato estético, etc.
Uma infeliz influência, pois, além de robustecer esse “convencionalismo racial” contra negros, estas teorias consolidaram uma cultura de prevenção a PRIORI, onde todos sabem que etnia é a mais ''perigosa'' quando se dão as abordadas policiescas. Essa infeliz cena reproduz aos milhares, sem expressão pública, quando alguém caminha pela rua e, ao passar por alguém, receia ser vítima de brutalidade.

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