Não é novidade que a mídia tem
poder de colocar um clube em crise ou reafirmar o bom momento vivido pela
equipe. O jornalismo, que deveria se caracterizar por representar o olhar
critico da sociedade, apresenta-se cada vez mais como uma visão deturpada.
Notemos a mais nova crise “gerada”
pelo tricolor paulista. O São Paulo EMPATOU um jogo com o LDU de loja, do
equador, SE CLASSIFICOU para a próxima faze, mas adentrou em uma crise épica
porque o técnico Ney Franco não atendeu um pedido do capitão e ídolo do clube
Rogério Ceni, para a entrada de Cícero em campo? Percebem como isso soa
ridículo?
Após o confronto, o treinador
criticou abertamente o goleiro perante a imprensa. Esse foi o marco da crise? O
“ponto 0”? Tudo isso ocorre porque o time da capital paulista não se encontra
tão embalado pela mídia como outros (Corinthians; Vasco; Botafogo; Etc.)
com maior audiência televisiva. Devo lhes lembrar que em um curto período de
tempo atrás, quando o santos ainda era escalado por Dorival Junior, no inicio dessa
geração midiática “moleque”, durante o campeonato paulista, foi cogitado
pelo treinador que Paulo Henrique Ganso fosse substituído, mas num imponente
gesto, o jogador afirmou que não sairia e que permaneceria em campo. O fato
inédito foi um símbolo de desrespeito para com o treinador e seu trabalho, uma
mostra de rebeldia do jogador, mas foi, e é até hoje, aclamado pela mídia que o
venerou como mostra de personalidade e confiança do jogador; como mostra do
comando que o “maestro Ganso” possuía sobre os jogadores do Santos Futebol
Clube.
Pergunto apenas se indiretas
entre treinadores e jogadores não são comuns, no mundo da bola? Se um treinador
que recusa um “pitaco” de um de seus comandados fez algo errado? E se isso é o
bastante pra mergulhar um clube em uma crise? Pergunto qual o direito que a
mídia tem para desrespeitar toda a torcida dos clubes, elegendo, literalmente
escolhendo, bons e maus momentos, para enaltecer o espetáculo de transmissão? Sei
que o jornalismo informativo almeja uma imparcialidade, mas cada vez mais é difícil
não perceber as noticias sobre os clubes de futebol como cenas, que em
conjunto, trançam uma apresentação teatral nada imprevisível.
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