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Clássico de um time só

 Sábado, 11 de maio de 2013. CSA e CRB se encontravam para disputar a primeira partida das finais do Campeonato Alagoano, fato esse que há mais de 15 anos não acontecia. De um lado, a campanha sólida dos alvirrubros, líder do hexagonal, jogadores experientes e um técnico frio no banco de reservas.

Do outro, uma equipe forte, mordida e, principalmente, batalhadora. Eles, que vieram de uma partida emocionalmente e fisicamente degradantes contra o ASA no último domingo, ainda tem como maior incentivo o ano de 2013, por ser o do Centenário Azulino, e a maior parte das arquibancadas do Rei Pelé.

Foto: Henrique Pereira
Do lado de fora das quatro linhas, uma verdadeira festa. Torcedores marujos compareceram em peso, pintaram o céu ainda mais de azul, levaram todos os troféus de campeão estadual para as arquibancadas. Os regatianos também se mostraram presentes, cantaram, pularam e em alguns momentos ecoavam com muita força suas vozes ao longo do gigante do Trapiche.

Quando a bola finalmente rolou no bom gramado do Rei Pelé, o que se observou foi um jogo estudado. No começo, nenhuma das duas equipes pareciam querer se expor. Eles sabiam do perigo que corriam: De um lado, a velocidade de Diego Clementino e a precisão de Everaldo. Do outro, a dedicação de Carlão e a frieza de Schwenck.

Foto: Henrique Pereira

E foi com o artilheiro da camisa 9 alvirrubra que o placar foi inaugurado. Com um toque oportuno, típico do centroavante goleador. Nesse momento, o CSA até se mostrava um pouco melhor, mas a verdade era que a partida estava muito equilibrada. Prova disso foi que os Azuis não demoraram para empatar o confronto. Clementino, como sempre muito liso, achou Everaldo livre na esquerda. O artilheiro do campeonato rolou bonito, e o contestado Alex Henrique empurrou para às redes, empatando o "Clássico das Multidões".


Até o empate, a partida era muito disputada. Chances apareciam para os dois lados, bem como bons passes, e a uma fluidez que fazia o jogo ser bonito de se assistir, tanto para uma torcida, quanto para a outra.

E foi exatamente aí que a partida acabou. Para o CSA.

Porque no segundo tempo, o que se viu não foi o time que quer ser campeão no ano do centenário, e sim uma equipe que não sabe jogar bola. Dominado desde o apito que recomeçou a partida, a equipe maruja padeceu no gramado diante de um CRB determinado a sair do Trapichão em vantagem para a segunda partida.

Foto: Henrique Pereira

Schwenck logo tratou de afirmar que era exatamente isso que o Galo buscava, quando aproveitou outro bom cruzamento de Paulo Sérgio. Depois, foi a vez de Everton Luís avançar como um grande atacante, penetrar na entrada da grande área, contar com a sorte, e marcar mais um. Para completar, um novo desvio em cobrança de falta de Walter Minhoca fechou o caixão azulino.


É bem verdade que Diego Clementino diminuiu no final, mas o jogo já tinha um vencedor. O CRB se mostrou uma equipe muito mais preparada para ser campeão, apesar do campeonato ainda estar em aberto, por conta do grande regulamento, que diz que o saldo não importa. Para o CSA, um alívio, para o CRB, uma pena. O campeonato já poderia estar decidido, porque na primeira partida só quem jogou foi uma equipe, que foi aquela que venceu.

Com todos os méritos, diga-se de passagem. Pouco adiantou o torcedor azulino comparecer em peso, se seus ídolos pouco fizeram em campo. A massa começou a sair cedo, bem antes da partida terminar. Sentiu vergonha, de ser atropelada pelo maior rival, dentro da própria casa, no ano do próprio centésimo aniversário.

Para os regatianos, nada melhor do que fazer o "filho pedir a benção ao pai", como eles costumam dizer. Brincadeiras à parte, se existiu uma relação familiar na partida, foi exatamente essa. Pai que bate, filho que pede a benção. Porque ele bateu, bem na cara, no ego.

Foto: Henrique Pereira

Mas não na esperança, acredito eu. Ao fim do jogo, nenhum dos regatianos quis contar vantagem, e com razão. O campeonato ainda não acabou. Porque o regulamento é falho e, principalmente, porque o futebol é surpreendentemente demais.


Os 4 a 2 vão ficar na memória dos torcedores por muito tempo, por ter sido o clássico de um time só, mas não poderá ser lembrado como o jogo do título. Esse só no próximo sábado, com, provavelmente, uma outra boa história pra contar.

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