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Favoritos, mas não imbatíveis

(Foto: Getty)

Se ainda restavam dúvidas, após o jogo contra o Uruguai os espanhóis deixaram claro que são os favoritos para levantar a taça dessa Copa das Confederações.

São os mais completos. Possuem um conjunto fora do comum, com apenas dois jogadores geniais: Xavi e Iniesta. O restante se resume a bons jogadores, nada mais. A forma de jogar é simples e objetiva. Com a bola nos pés buscam pacientemente uma forma de chegar ao gol. Toques curtos e movimentação rápida, sem lançamentos ou bolas levantadas na área. É praticamente perfeito. 

Com essas características a Espanha só deu esperança para o torcedor uruguaio no fim a partida, só para não falar que o jogo não teve emoção. Desde o primeiro minuto as ações foram dominadas pela equipe de Xavi e Iniesta. Não tem muito o que falar da partida, Foram 90 minutos de controle absoluto da Espanha, que só não ganhou com uma vantagem mais confortável, porque decidiu se poupar no segundo tempo.

O Uruguai depende muito dos lapsos dos jogadores de frente, Cavani e Suárez. Este último, apesar do belo gol de falta, é muito afoito e erra passes na mesma medida que a Espanha acerta, só para vocês terem uma noção da situação do rapaz. Mas, na partida, esse erro não saiu somente dos seus pés. Como um todo, a Seleção Uruguaia deixou a desejar, mesmo não estando na sua melhor fase, não deveria ter deixado tão a mostra sua conformidade com o resultado. Parecia não ter estudado a fundo seu adversário e não ter nenhum poder de reação, nesse caso, entra a parcela de culpa do treinador.

Foi um jogo interessante, não esperava menos que isso, se tratando de duas Seleções campeãs do Mundo.

O que mais me chamou a atenção foi o momento em que o narrador do Sportv, Milton Leite, destacou que nenhum jogador do Uruguai atua no país.Não fiquei indignado, até já esperava algo parecido. Mas, momentos antes, eu comentava com meu pai que a base da Espanha estava praticamente toda no país, especialmente no Barcelona e no Real Madrid.

Veja a escalação titular da Espanha:
  • Casillas - Real Madrid
  • Arbeloa - Real Madrid
  • Sérgio Ramos - Real Madrid
  • Piqué - Barcelona
  • Jordi Alba - Barcelona
  • Busquets - Barcelona
  • Xavi - Barcelona
  • Iniesta - Barcelona
  • Fabregas - Barcelona
  • Pedro - Barcelona
  • Soldado - Valencia

O entrosamento dessa Seleção começa no seu próprio país, em seus times. Apesar de alguns não jogarem juntos, todos estão perto, conhecem o estilo de jogo de cada um, afinal, são adversários no Campeonato Espanhol e se estudam. 

O entrosamento é a arma da Espanha. Esse fator ajuda na velocidade do raciocínio, na articulação das jogadas, na distribuição dentro de campo e é justamente isso que esses caras sabem fazer. Não tem um destaque, é o conjunto que dá brilho para essa equipe.

Veja bem, quem dessa seleção é o cara que vai definir uma partida em que os espaços foram fechados e o adversário aperta na marcação? Ou seja, quem é o craque? Xavi e Iniesta são gênios da bola e podem decidir jogos sim, mas não são esse tipo de craque. Jogos do Barcelona sem o Messi comprovam isso.

A Espanha é a favorita para o título, mas também não é imbatível. Hoje se mostrou infinitamente superior por seu adversário ser muito dependente de uma ou duas peças.

Quando o cenário mostra uma equipe que cole dois jogadores nos principais articuladores espanhóis e avance sua marcação, obrigando a Espanha a utilizar muito seus zagueiros na distribuição das jogadas, as coisas podem se complicar. Especialmente porque a zaga é ponto mais sensível desse time. Busquets (volante, mas ajuda a compor a zaga), Sérgio Ramos e Piqué não possuem aquela intimidade com a bola, fazem o básico. O último principalmente. 

Enfim, as qualidades são inúmeras e o favoritismo é indiscutível. Porém se enganam os que acham que essa equipe é de outro mundo, mesmo erro cometido com o Barcelona.

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